O câncer colorretal afeta o cólon ou o reto, partes importantes do sistema digestivo. Neste mês, o Brasil realiza a campanha Março Azul, que traz visibilidade para a patologia. Conforme dados do Instituto do Câncer (Inca) no país, esse é o segundo tumor mais comum entre homens e mulheres. A doença se desenvolve lentamente e a detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento. Pensando nisso, cientistas de diferentes instituições, nos Estados Unidos, criaram dois testes para verificar a presença do carcinoma. Um exame analisa com 94% de precisão o DNA presente nas fezes dos pacientes e o outro utiliza amostras sanguíneas. Os trabalhos foram publicados, na revista New England Journal of Medicine.
O primeiro trabalho, liderado pelo Instituto Regenstrief e pelo cientista da Universidade de Indiana, Thomas Imperiale, revelou que uma nova geração de triagem de câncer colorretal, que usa teste de DNA de fezes multialvo, é capaz de detectar 94% dos casos da doença. Os resultados mostram que o exame supera um teste comum, o imunoquímico fecal (FIT), especialmente na detecção de tumores e pólipos pré-cancerosos avançados.
O ensaio envolveu mais de 21 mil pacientes e abrangeu uma população diversificada. Conforme Imperiale, o teste de DNA obteve bom equilíbrio entre sensibilidade na detecção de doenças e especificidade, com poucos falsos positivos. “Em comparação com o teste imunoquímico fecal (FIT), o teste da nova geração apresentou sensibilidade superior tanto para o câncer colorretal quanto para polipose pré-cancerígena avançada, especialmente o subgrupo de pólipos avançados com displasia de alto grau”, detalhou o cientista, em nota.
No entanto, os pesquisadores ponderam que apesar do novo método ter mostrado maior sensibilidade, é essencial considerar vários fatores, como o risco individual de doença e a probabilidade de completar o teste escolhido, ao decidir sobre o método de triagem.
Márcio Almeida, oncologista da Oncoclínicas Brasília, frisa que o teste teve resultados notáveis. “É um exame não invasivo, muito sensível e eficaz, e mais barato do que um procedimento como a colonoscopia, que é também um procedimento invasivo. Se comprovada a eficiência, vai impactar na prática clínica.”
Todavia, para o especialista, embora o estudo estabeleça uma sensibilidade superior, ele não indica qual modalidade de triagem é melhor para um paciente específico. “Isso deve ser discutido numa conversa entre o médico e o paciente que explora vários fatores, incluindo o risco da doença e a probabilidade de o paciente contemplar o teste escolhido, entre outras questões.”
Pesquisadores do Centro para Câncer Fred Hutchinson desenvolveram um exame de sangue para o rastreamento do tumor colorretal em pessoas de risco médio e assintomáticas. A invenção detectou corretamente o câncer em 83% dos casos confirmados. Nomeada Guardant’s Shield, a tecnologia analisa o DNA tumoral circulante (ctDNA) no sangue, apresentando resultados comparáveis às avaliações feitas a partir de fezes.
Conduzido como parte de um estudo denominado Eclipse, o trabalho envolveu quase 8 mil participantes. O Shield foi comparado à colonoscopia, considerada o padrão-ouro atual para o rastreamento da patologia. Os resultados mostraram uma sensibilidade do teste de sangue para cânceres colorretais, especialmente em estágios iniciais, embora fosse menos sensível para lesões pré-cancerosas avançadas.
Apesar de o exame de sangue oferecer uma alternativa a mais para a detecção da condição, ainda é considerado menos eficiente do que a colonoscopia. “Os resultados do estudo são um passo promissor no desenvolvimento de ferramentas mais convenientes para detectar precocemente o câncer colorretal, ao mesmo tempo em que é mais facilmente tratado”, frisou o autor correspondente William Grady, gastroenterologista do Centro Fred Hutchinson.
O câncer colorretal é um tipo de câncer que afeta o cólon e o reto. É uma doença que afeta muitas pessoas em todo o mundo e, se não for detectada e tratada precocemente, pode ter graves consequências para a saúde.
Felizmente, existem muitas coisas que você pode fazer para ajudar a prevenir o câncer colorretal. Confira cinco dicas de sinais que não podem ser ignorados quando se trata de prevenção ao câncer colorretal:
O câncer colorretal é muitas vezes assintomático nas fases iniciais, mas os sintomas podem surgir quando o câncer se torna mais avançado. É importante prestar atenção aos seus hábitos intestinais, como a frequência de evacuação, consistência das fezes e presença de sangue nas fezes. Se você notar mudanças significativas nesses hábitos, como diarreia persistente, constipação ou sangue nas fezes, fale com o seu médico imediatamente.
Uma dieta rica em fibras e pobre em gordura animal e carne vermelha pode ajudar a prevenir o câncer colorretal. Os alimentos que contêm fibras, como frutas, verduras, grãos integrais e legumes, ajudam a manter o trato intestinal saudável e regular. Além disso, evitar o consumo de alimentos processados e ricos em açúcar também pode ajudar a reduzir o risco de câncer colorretal.
A atividade física regular pode ajudar a prevenir o câncer colorretal, bem como outros tipos de câncer. O exercício físico ajuda a manter o peso sob controle e a reduzir a inflamação no corpo, o que pode contribuir para o desenvolvimento do câncer. Além disso, o exercício ajuda a manter o trato intestinal saudável e regular.
Exames de rotina, como colonoscopia, podem ajudar a detectar o câncer colorretal em seus estágios iniciais. A colonoscopia é um exame que permite ao médico visualizar o interior do cólon e do reto em busca de pólipos ou outras anomalias que possam se tornar cancerosos. É recomendado que pessoas com risco médio de desenvolver câncer colorretal comecem a fazer exames de rotina aos 50 anos de idade. Pessoas com risco aumentado, como aquelas com histórico familiar de câncer colorretal, devem começar os exames mais cedo.
O tabagismo e o consumo excessivo de álcool têm sido associados a um maior risco de câncer colorretal. Portanto, evite fumar e limite o consumo de álcool. Se você não consegue parar de fumar ou reduzir seu consumo de álcool sozinho, procure ajuda médica ou de grupos de apoio.
Clique no card abaixo para fazer o quiz!
O que: O câncer colorretal – ou câncer de cólon – é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso ou em sua porção final.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele atinge de forma parecida tanto homens quanto mulheres, portanto, os cuidados devem ser o mesmo para todas as pessoas.
No último ano, estima-se que a doença tenha atingido quase 41 mil brasileiros: 20.520 homens e 20.470 mulheres.
Números de 2019 do Atlas de Mortalidade por Câncer mostram que 10.191 pessoas do sexo masculino perderam a vida por conta desse câncer. O número de pessoas do sexo feminino foi ainda maior: 10.385.
É uma modalidade de câncer muito comum, já que é a terceira mais comum em homens, atrás apenas dos cânceres de próstata e pulmão.
Nas mulheres, ainda mais, pois é a segunda causa mais comum, atrás do câncer de mama.
Fatores de risco, segundo o INCA:
Sintomas
Prevenção
Segundo o Instituto, as formas de prevenção são aquelas que buscam evitar os fatores de risco.
Dessa forma, é indicado que as pessoas pratiquem atividades físicas regularmente, tenham um bom hábito alimentar, com uma dieta rica e diversa em relação às frutas, legumes, verduras e alimentos fibrosos.
Além disso, evitar o cigarro e o excesso de bebidas alcoólicas.
Detecção e tratamento
Caso detectado com antecedência, o câncer colorretal é frequentemente curável.
A detecção é feita:
O tratamento inicial se dá pela cirurgia de retirada das partes afetadas no intestino e no abdome.
Podem ser necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia.
Conteúdo baseado em informações do NCA