Estima-se que 1 em cada 54 pessoas está dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA); são quase 4 milhões de brasileiros
Quem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) lida com déficits na cognição, na capacidade de comunicação e na interação social. Exibe comportamentos repetitivos e tem dificuldade em abrir mão de sua rotina. São muitas nuances no espectro e cada indivíduo tem suas particularidades, mas o cérebro dessas pessoas funciona de um jeito diferente.
O que não é ruim, óbvio – só é diferente. A sociedade muitas vezes é hostil com aqueles que não se encaixam no “normal” ou que apresentam comportamentos considerados fora do padrão. Muitas pessoas escondem certos traços de comportamento atrás de atitudes socialmente aceitas, para evitar serem reconhecidos como neurodivergentes.
Esse processo de tentar limitar comportamentos neurotípicos é chamado de “masking”, “mascaramento” ou “camuflagem social”. Ele pode envolver mudanças no tom de voz, expressões faciais, contato visual, padrões de discurso e linguagem corporal.
Ficou curioso? Confira a reportagem da Superinteressante.
Após o diagnóstico, muitos pais levam aquele susto inicial, mas é preciso ter calma para tomar as providências necessárias e que tendem a facilitar a aplicação de intervenções. Vejam o que deve ser feito para amenizar esse período de descobertas em relação ao espectro autista.
Os pais devem seguir as recomendações da equipe de profissionais que ficará por conta do tratamento do pequeno. Vale lembrar que o TEA exige um acompanhamento cujo conjunto de cuidados deve ser orientado por especialistas de áreas distintas, como neuropediatras, pediatras, psicólogos, analistas comportamentais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos etc.
A criança com autismo não deve se adaptar ao espaço, mas o ambiente a ela. Para isso, é preciso identificar o que provoca irritação à criança. A adaptação pode ser, por exemplo, feito no quarto da criança. O sono de uma pessoa com autismo pode ser bastante agitado, principalmente na infância. Então, por que não colocar este espaço longe dos ruídos externos, em um lugar mais silencioso? Essas e outras iniciativas geram efeitos positivos.
Práticas como atividades sociais com colegas, tarefas escolares e atividades esportivas devem fazer parte da vida da criança com TEA. É importante salientar, no entanto, que as intervenções são as responsáveis por esse tipo de progresso, pois o desenvolvimento de suas habilidades sociais está inteiramente ligado a esse aspecto.
Alguns estímulos podem ser excelentes para promover o alcance dos pequenos a tais práticas, que permitirão a autonomia não só no ambiente doméstico, mas na escola e em outros espaços que fazem parte da vida do pequeno.
Entretanto, é preciso levar em consideração que, em casos de autismo severo, algumas habilidades podem ficar comprometidas. Mesmo que seu filho não consiga conquistar a independência, as terapias são bastante indicadas para proporcionar a ele melhores condições de vida.
Saiba mais sobre o TEA
De acordo com a Associação dos Amigos do Autista, os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades.
Os TEA’s aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida.
As pessoas afetadas pela TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.
Aplicativo que auxilia famílias de pessoas com autismo
Poucas famílias de pessoas com autismo sabem que é possível ter acesso a medicamentos gratuitamente, um tutor durante as aulas escolares, benefícios na previdência, Receita Federal ou, ainda, isenção de alguns impostos na aquisição de automóveis e IPVA.
Pensado para ajudar essa coletividade, o site Autismo Legal oferece informações de qualidade sobre os principais direitos e benefícios que as pessoas no espectro autista têm. Trata-se do maior projeto no Brasil, voltado à divulgação dos direitos do autista.
O aplicativo Autismo Legal é uma plataforma simples, acessível e gratuita que reúne em um único lugar textos informativos sobre o autismo, incluindo um guia completo para famílias, além de alguns testes que podem auxiliar na triagem, diagnóstico e acompanhamento das pessoas com TEA. Também divulga os direitos do autista, calendário de eventos e outros.
O autismo é uma condição mais comum do que se imagina. É difícil dizer com exatidão, mas o último estudo do Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA (CDC), estimou que 1 em cada 54 pessoas está dentro do Transtorno do Espectro Autista.
Estima-se que quase 4 milhões de brasileiros fazem parte dessa estatística.
O final do ano de 2012 foi um marco decisivo em relação aos direitos do autista. A Lei 12.764 de 27/12/2012 determinou que a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência para todos os efeitos legais.
Acesso ao app e direitos da pessoa com TEA
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