com informações de Agência Brasil
O câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes no Brasil, sendo superado apenas por acidentes como principal causa geral de óbitos nessa faixa etária. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano, estima-se que surjam 7.930 novos casos de câncer em jovens de 0 a 19 anos no país, no triênio 2023/2025. Embora esses números alarmem, a boa notícia é que, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, a doença tem grandes chances de cura.
Os cânceres que acometem crianças são diferentes daqueles que atingem os adultos. Enquanto os adultos têm maior incidência de carcinomas, crianças e adolescentes enfrentam tumores como leucemia, linfomas e os que afetam o sistema nervoso central. Além disso, existem tumores embrionários, como os da retina (retinoblastoma), dos rins (tumor de Wilms) e dos gânglios simpáticos (neuroblastoma), que são mais comuns nos primeiros anos de vida.
Segundo a oncologista pediátrica Sima Ferman, do Inca, esses tumores costumam responder bem aos tratamentos quimioterápicos, reforçando que o câncer infantil, quando tratado corretamente, apresenta altas chances de cura.
Nos países de alta renda, a taxa de cura chega a impressionantes 85%. No Brasil, essa média é de 65%, com variações regionais, já que muitos pacientes chegam aos centros especializados com a doença em estágios avançados.
Esse dado reforça a importância do diagnóstico precoce, que muitas vezes é dificultado porque os sintomas podem se confundir com os de doenças comuns na infância. Por isso, é essencial que pais e profissionais de saúde fiquem atentos aos sinais de alerta.
Os sintomas do câncer infantojuvenil podem variar de acordo com o tipo de tumor, mas alguns sinais gerais devem acender um alerta:
A especialista destaca: “Criança não inventa sintoma. Se as queixas são recorrentes ou persistentes, é importante investigar”.
O diagnóstico precoce começa no primeiro atendimento médico. Profissionais de saúde da atenção primária devem estar atentos às queixas e sintomas apresentados pelas crianças e orientar os pais sobre a necessidade de exames complementares.
Para isso, o Inca promove treinamentos que ajudam a identificar quando um sintoma pode ser indício de algo mais grave. Essa capacitação é essencial para reduzir os atrasos no diagnóstico e iniciar o tratamento o mais cedo possível.
O tratamento do câncer infantojuvenil varia de acordo com o tipo e o estágio da doença, podendo durar de seis meses a dois anos. Após esse período, o paciente segue em acompanhamento por cinco anos. Se não houver recidiva nesse intervalo, considera-se o paciente curado.
A boa notícia é que, ao longo dos anos, a medicina tem avançado na personalização dos tratamentos. Estudos sobre a biologia do tumor ajudam a definir terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais a longo prazo, permitindo que as crianças curadas retomem suas vidas com qualidade.
Além de estarem atentos aos sinais de alerta, os pais têm um papel fundamental no acompanhamento das consultas médicas e tratamentos. Escutar as queixas dos filhos, insistir na investigação de sintomas persistentes e garantir que a criança siga o plano de tratamento são atitudes que podem salvar vidas.