Se você já pensou em comprar um smartwatch para monitorar sua saúde ou melhorar seu desempenho nos exercícios, saiba que não está sozinho. Em 2024, cerca de 225 milhões de pessoas no mundo todo usaram esses dispositivos, segundo a Statista. Mas será que os dados que eles fornecem são realmente confiáveis? A resposta depende do que você espera deles.
Os smartwatches se tornaram populares por prometerem monitorar desde a contagem de passos até a pressão arterial, o oxigênio no sangue e até o sono. Para isso, usam sensores sofisticados como acelerômetros e luzes LED de diferentes comprimentos de onda. A tecnologia por trás desses sensores tem nome: fotopletismografia (PPG), e é a base de grande parte das medições de saúde feitas pelos relógios.
A curto prazo, talvez não tanto. A longo prazo, importa — e muito.
Mesmo com erros, os smartwatches têm um papel importante na motivação. Pesquisas mostram que as pessoas tendem a caminhar cerca de 1.800 passos a mais por dia ao usar esses dispositivos — o equivalente a 40 minutos de atividade física extra. Também aumentam a prática de exercícios moderados a intensos em cerca de 6 minutos por dia.
Ou seja, mesmo que os dados não sejam exatos, eles ajudam a criar consciência e incentivar a mudança de hábitos. Como explica a pesquisadora Emily Ferguson, “somos péssimos em julgar nosso próprio nível de atividade, e ver esses números abre nossos olhos para a realidade”.
Mas há um porém: se os dados parecerem inconsistentes, é possível que você perca a confiança no aparelho — e acabe deixando ele de lado. E isso é comum. Um estudo com usuários atuais e antigos de smartwatches mostrou que muitos abandonaram o uso por não confiarem mais nas informações fornecidas.
Há espaço para melhorias, especialmente nos algoritmos que interpretam os sinais captados pelos sensores. A base tecnológica dos sensores pode não mudar muito em breve, mas com a crescente adoção dos dispositivos, os bancos de dados das empresas como Apple e Google ficam maiores e mais diversos. Isso permite que os sistemas de inteligência artificial fiquem mais precisos com o tempo.
Confie com ressalvas. Para contagem de passos, batimentos cardíacos e até uma noção geral do seu nível de atividade, sim — os smartwatches são ferramentas úteis. Mas para dados mais complexos, como calorias gastas, sono e VO2 máximo, encare os números como estimativas, não verdades absolutas.
Mais do que precisão milimétrica, o valor dos relógios inteligentes está em ajudar você a se movimentar mais, se conhecer melhor e criar hábitos mais saudáveis. E nesse sentido, eles já estão cumprindo um papel importante.