A importância da psicoterapia é indiscutível, sobretudo no período de pandemia e isolamento que vivemos
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, até 75% dos pacientes com algum distúrbio apresentam melhoras após as sessões de terapia.
Seus efeitos são notados diretamente nos neurônios por meio de modernos exames de imagem. “Após a superação do sofrimento psíquico, observamos uma diminuição da atividade da amígdala, região responsável pelo controle sensorial e emocional, e um aumento de processos nervosos no córtex pré-frontal, relacionado à racionalidade e aos significados”, destrincha o psicólogo Julio Peres, autor de uma série de estudos na Universidade de São Paulo (USP).
Só que, antes de entrar no consultório ou deitar no divã, é preciso tomar certo conhecimento e alguns cuidados para não cair em ilusões. “A abordagem de cada paciente vai sempre ser única e precisa respeitar suas queixas e demandas”, ressalta o psiquiatra Rodrigo Grassi-Oliveira, do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Por mais que a psicoterapia esteja ancorada no diálogo e na troca verbal de informações, ela está longe de ser o mesmo que ficar de papo para o ar com um conhecido qualquer. Os profissionais que conduzem as sessões possuem (ou deveriam possuir) extensa formação na área, que dá a eles ferramentas para conduzir a conversa conforme o perfil de cada um. A missão é auxiliar o paciente a refletir e identificar as origens de um sofrimento para, a partir daí, estabelecer as maneiras de vencê-lo.
“A diferença é que, ao contrário do aconselhamento de um familiar ou de um amigo, nós criamos uma relação profissional e estabelecemos os alvos terapêuticos”, esclarece o psicólogo Wilson Vieira Melo, presidente eleito da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas.
Um dos grandes entraves para a maior disseminação desse tipo de abordagem está justamente na dificuldade em identificar em si mesmo os sintomas de que algo não vai bem. Fica sempre aquela sensação de que o incômodo é passageiro e se resolverá naturalmente com o passar do tempo ou das fases mais turbulentas da vida.
Lamentavelmente, nem sempre a coisa acaba tão fácil assim… “Qualquer alteração nos comportamentos ou nos sentimentos que afeta o dia a dia de forma prolongada merece investigação”, afirma a psicóloga Michelle Levitan, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A terapia é indicada tanto para doenças de média ou alta complexidade e duração – como na depressão, no transtorno de ansiedade generalizada, no autismo, na bipolaridade e nas dependências – quanto para queixas pontuais e limitadas, caso de superação de traumas, lutos, perdas de emprego ou términos de relacionamento amoroso.
Há ainda quem busque um psicoterapeuta para se conhecer melhor ou até para aprimorar o desempenho na escola ou no trabalho. Mas, para que tudo isso funcione, é preciso saber eleger o profissional ideal caso a caso.
Se você procurar por serviços de saúde mental no sistema público, nos catálogos dos planos privados ou até mesmo no Google, vai encontrar um sem-fim de opções. É aí que aparece o próximo dilema: como selecionar um profissional que atenda às nossas demandas particulares? Afinal, no meio de tanta oferta e estilos… Aliás, nós temos um conteúdo específico sobre os principais tipos de psicoterapia no site. Clique aqui e confira.
com informações de Veja Saúde