Não deixe de buscar atendimento médico especializado para as doenças inflamatórias intestinais em razão da pandemia de Covid-19
Segundo o Conselho Nacional de Saúde, as doenças que são alvo do alerta do Maio Roxo trazem grande impacto socioeconômicos para o usuário e para o sistema de saúde, pois tratam-se, em sua maioria, de doenças imunomediadas (ou seja, autoimunes) incuráveis e quando não são diagnosticadas precocemente e seu tratamento não é realizado no tempo certo, essas doenças passam a ter um alto poder de progressão para perda de mobilidade e desenvolvimento de deficiências.
Diante da pandemia do coronavírus, o tratamento destas doenças tem se tornado um grande desafio para essa população, pois os medicamentos que lhe são garantidos por meio de políticas públicas – como os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde – têm sofrido constantes irregularidades no abastecimento.
Isso leva estes pacientes ao risco de estarem vivendo em uma situação de pandemia, sem ter a sua doença autoimune tratada adequadamente, isso tem exposto estes pacientes a maiores riscos de complicações quando contaminados pelo coronavírus, aponta o órgão de saúde.
As doenças inflamatórias intestinais (DII) mais comuns
A inflamação da colite ulcerativa inespecífica é superficial, crônica e exuberante. Atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta.
A extensão e as características das lesões determinam a gravidade do quadro. A colite ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais como dores articulares, eritema nodoso, pioderma gangrenoso (feridas que vão ficando pretas, com infecção e pus, e exigem tratamento agressivo) e, mais raramente, alterações oculares e hepáticas.
Já a doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória crônica que pode afetar todo o sistema digestivo, mas acomete especialmente o íleo terminal (parte inferior do intestino delgado) e o cólon. Esse processo inflamatório é extremamente invasivo e compromete todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa. Sua causa é desconhecida, mas não estão descartadas as hipóteses de que seja provocada pela desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. Fatores genéticos, ambientais, dietéticos ou infecciosos também podem estar envolvidos.
A doença de Crohn se manifesta igualmente em homens e mulheres e, em grande parte dos casos, em parentes próximos. A incidência é maior entre os 20 e os 40 anos e mais alta nos fumantes. Doença de Crohn é um fator de risco para o câncer de intestino.
Internet no auxílio do tratamento
Uma pesquisa realizada pela médica Dídia Cury, do Centro de Doenças Inflamatórias Intestinais da Clínica Scope, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, mostrou que a internet pode exercer um importante papel na busca por ajuda no caso das DII.
Isso porque os pacientes tendem a ficar mais por dentro do assunto e a procurar ajuda mais rápido. Além disso, 40% das pessoas ficam mais aliviadas após ler sobre seus sintomas na internet.
Segundo a reportagem, ‘o que motivava essas incursões pela web? Seis em dez pacientes buscavam complementar o conhecimento de que dispunham sobre a doença; 36,6% queriam comparar suas experiências com a história de outros portadores de DII; 12,8% procuravam saber novidades a respeito; e 12,9% davam uma checada na prescrição médica. O nível de confiança nos conteúdos consumidos foi de 64,4%’.
Conteúdo baseado em informações do NCA